segunda-feira, 14 de junho de 2010

Negociações...?

Às vezes, quando, como a minha atualmente, alguma categoria de funcionários públicos entra em greve para fazer serem respeitados seus mais básicos direitos trabalhistas, vem alguma autoridade um pouco mais autoritária e condena o movimento, pregando que, ao invés de algo tão radical, tão prejudicial à população, o certo seria a busca pelo caminho da negociação. Pois bem... Deixando de lado o óbvio fato de que tais negociações são sempre tentadas por anos e anos, e que a resposta por parte das autoridades competentes é em regra uma intransponível intransigência, gostaria apenas de dizer que, na minha sempre modesta opinião, isso soa muito estranho. É que, talvez ingenuamente, aprendi a crer que direitos, sobretudo os constitucionalmente garantidos, não são coisas que se negocie, mas a serem exercidas, ou, quando necessário, exigidas, principalmente se quem os deve cumprir é o justamente o estado, aquele nos que pretende impor a lei, aquele que, no nosso caso, ainda que a mim nem de longe me convença, insiste, quando, é claro, interessa aos que o representam, em pomposamente definir-se como democrático e de direito.

Gugu Keller

Nenhum comentário:

Postar um comentário