sábado, 20 de março de 2010

Completude

É muito comum ouvirmos ou lermos que determinada coisa está ou é mais completa do que outra... Diz o professor que a resposta deste aluno está mais completa do que a daquele, ou, para certo comentarista esportivo, tal atacante é mais completo que o seu reserva, ou, ainda, diz o jurista que determinada petição fica assim mais completa do que se redigida daquela outra forma... Convictamente rejeito a expressão. Ora, se uma coisa é completa, não pode lhe faltar nada! Se lhe falta, se carece de algo, então não é completa! Assim, não pode haver graus de completude. Existe apenas o que é completo e o que não é. O que pode, é claro, é haver graus de incompletude. Aí, sim! Uma coisa é completa, outra incompleta por que lhe falta isso e uma outra é ainda mais incompleta porque além disso lhe falta aquilo! Tudo bem, perfeito! Agora, uma mais completa do que outra? Impossível! O completo é completo! É um conceito absoluto! Se lhe falta algo, não é completo! E, se completo é, não o pode ser menos do que qualquer outra coisa que igualmente completa seja!

Gugu Keller

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